quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Avivamento, Discipulado e Vida Relevante: Uma resposta à compreensão do amor de Deus.

Eu gostaria de falar destes três temas, que são muito importantes pra nossa fé cristã, a partir de uma perspectiva: O entendimento do amor de Deus. Vamos ao texto:

1 João 4:7-18:
7 Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

8 Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.

9 Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.
10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
11 Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros.
12 Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós.
13 Sabemos que permanecemos nele, e ele em nós, porque ele nos deu do seu Espírito.
14 E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo.
15 Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus.
16 Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.
17 Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele.
18 No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.
Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Agora, para obter bem esta compreensão, também precisamos nos lembrar quem nós somos, quem é Deus e o qual a nossa posição diante Dele.
Logicamente que para esta tarefa não teria espaço e nos faltaria intelecto, para descrever quem é Deus e quais seus atributos (Rm 11.33), sendo assim, vou utilizar as formas mais básicas e populares que usamos em geral para descrever a Deus, creio que será o suficiente para a análise em questão. Se sairmos por aí e perguntarmos para as pessoas quem é o Deus o que elas diriam? Como responderiam? Creio que seriam ditas algumas coisas como: Deus é Triuno, Santo, bom, justo, sábio, eterno, fiel, onisciente, onipresente, onipotente, criador e mantenedor de todas as coisas, etc... Há muitos outros, além de uma que o texto em questão disse: Deus é amor. Gostamos desta frase, de fato ela é linda. Colocamos nos carros, nas portas de casa. Já ví até pixação em parede dizendo isso.

Certo, agora que definimos quem é Deus, vamos para outra definição: Quem somos nós?
Somos seres criados por este Deus, com o propósito de ter comunhão com Ele, glorificá-Lo e dar a Ele toda honra e toda a glória para todo o sempre, porém somos criados com o poder de escolher fazer isso. Deus criou seres com vontades, com capacidade de julgar o bom e o ruim. Em Adão, é sempre bom lembrar, houve o pecado que nos separou do de Deus, aquele pecado que não só nos separou de Deus mas que trouxe como consequência um caos cósmico, onde agora até natureza geme como com dores de parto até a volta de seu Redentor (Rm 8.22-23).  Mas quanto ao homem, somos seres que nascemos contaminados pelo vírus do pecado, e que seremos condenados por Ele. Afinal, se Deus é justo, deve tratar nosso pecado com justiça, como merecemos ser tratados. Se Ele é Santo e Justo, deve se separar de nós e condenar nossa fuga do propósito para com o que Ele nos criou: ter comunhão, glorificá-lo e obedecê-lo. Como o salário do nosso pecado é a morte, Deus pedia que houvessem sacrifícios de animais, que eram oferecidos a Deus como reconhecimento de parte dos homens que a desobediência e os pecados deles resultariam em derramamento de sangue, morte e separação eterna daquele é a fonte de vida.

Na santa e justa análise de Deus, estávamos todos condenados a morte eterna pelos nossos pecados. Não havia um justo sequer, todos os homens haviam pecado. Ninguém que pudesse chegar diante do trono de Deus no dia final e dizer: Eu não pequei, sou justo. Ele lida com nossos pecados e com os pecadores com justiça. Mas pode-se perguntar, onde se manifesta o amor e a bondade de Deus?

Aí que está a chave de tudo isso, de todo este plano e de todo o propósito de Deus: Jesus Cristo. De forma que Deus, quando olha para cada um de nós se lembrava de Adão, homem criado, pecador e desobediente (Rm 5.12) como nós. Deus se fez homem enviando seu Filho, como único cumpridor da santidade requerida do Pai, para que o sangue de um justo fosse derramado, e para que houvesse na humanidade um representante cujo sacrifício agradasse a Deus, o sangue derramado do cordeiro puro, do Filho de Deus, como pagamento dos nossos pecados e selo da nova aliança, aliança da graça (Rm 5.17). Jesus, recebendo a ira de Deus que nós merecíamos, foi morto sem ter pecado algum, proporcionando, para quem crê Nele como único e suficiente salvador, acesso ao Pai e morada celestial na Sua volta redentora, quando toda a criação será restabelecida e redimida (Ef 1.9-10).

Fechando o raciocínio, nós somos criaturas de Deus, que por livre e espontânea vontade nos afastamos e pecamos contra Ele. Que merecíamos como tratamento justo de Deus, sua ira. Mas que pelo Seu amor e bondade nos proporcionou um meio de reconciliação: Jesus Cristo (Jo 14.6; At 4.12).
Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
1 João 4:9-10

Aviamento

Avivamento pode também ser descrito como despertamento. Mas o que pode despertar senão alguém que está dormindo? Se estamos clamando por isso como juventude, temos que nos preocupar e agir de forma que nos preocupemos com nosso estado espiritual atual. Não devemos pensar "minha igreja precisa de avivamento", mas "eu preciso de avivamento". Estes despertamentos na Bíblia são vistos como uma comunidade de pessoas vivendo cheios do Espírito Santo, por isso devemos buscar ser cheios do Espírito Santo como e avivados como igreja, mas isso começa individualmente.

E nós estamos certos em nos preocupar, pois nós sabemos, pelo que Jesus diz em Apocalipse 3:16, qual o fim de quem está morno, Cristo diz que por não ser quente nem frio, mas morno, ele utiliza a metáfora de que está próximo de vomitar a igreja de Laodicéia. No mesmo livro de apocalipse, Ele adverte a Igreja de Éfeso a voltar ao primeiro amor.

Citando rapidamente Jonathan Edwards:
Vocês precisam refletir e despertar de vosso sono, pois jamais poderão suportar a fúria e a ira do Deus infinito. E vocês que são rapazes e moças, irão negligenciar este tempo precioso que desfrutam agora, quando tantos outros jovens de vossa idade estão renunciando às futilidades da juventude e acorrendo céleres a Cristo? Vocês têm neste momento uma oportunidade, mas se a desprezarem, sucederá o mesmo que agora está acontecendo com todos aqueles que gastaram em pecado os dias mais preciosos de sua mocidade, chegando a uma terrível situação de cegueira e insensibilidade. (...)
Queira Deus todos aqueles que ainda estão fora de Cristo, pendentes sobre o abismo do inferno, quer sejam senhoras e senhores idosos, ou pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças, que possam dar ouvidos agora aos chamados da Palavra e da providência de Deus. Este ano aceitável do Senhor que é um dia de grandes misericórdias para alguns, sem dúvida será um dia de extremo castigo para outros. Quando negligenciam suas almas os corações dos homens se endurece, e a sua culpa aumenta rapidamente. Podem estar certos, porém, que agora será como foi nos dias de João Batista. O machado está posto à raiz das árvores; e toda árvore que não produz fruto, deve ser cortada e lançada no fogo. 
Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” . (Isaías 55.6-7). 
Então, se você está se sentindo morno ou frio na fé, desinteressado não só pelas coisas da igreja, mas pelas coisas de Deus, é necessária uma auto-análise muito séria. É normal uma oscilação na vida cristã, mas não é normal se você não percebe ou não se sente incomodado com isto. Cristo tem bem claro como não gosta do que está morno ou parado e confortável (Ap 3:16). Ele disse que larga é a porta que leva a perdição e que estreito é o caminho que leva a Salvação (Mt 7.13). Não se acomode. Agora, são necessárias atitudes para abandonar este estado perigosíssimo. Eu sugiro algumas coisas: Oração, leitura da palavra, disciplina espiritual,, confissão (Sl 66.18-20), buscar conhecer mais a Deus e comunhão com os irmãos. Aproveitar cada momento com o povo de Deus. Coisas que você provavelmente fazia no seu primeiro amor (Ap 2.4-5), com uma vantagem: a sabedoria de não existir mais aquele que talvez pudesse ter sido considerado como um exagero de emoções da sua conversão, mas um clamor pela volta da sua vontade de buscar, servir e louvar a Deus (Sl 63). Temos que constantemente buscar uma vida de santidade. E santidade não é uma caricatura de perfeição que até nos incomoda, santidade não é ser esquisito depois de convertido. Santidade é a busca de uma vida de relacionamento com Deus, e algo que devemos buscar com toda importância e intensidade (Hb 12.14). E ter consciência de que toda esta busca não é o mínimo que você deveria fazer em retribuição a um amor tão grande que te atingiu em Jesus Cristo, mas que você não tem outra escolha, outra opção de vida.
Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.

Discipulado

O discipulado, uma ordem de Cristo no "Ide e fazei discípulos", é a raiz da igreja e a sustentadora da nossa vida espiritual. Todos sabemos que é impossível ser cristão sozinho, mas em que isso ocorre na prática? O discipulado também é definido como o "andar junto", é, entendendo o amor que te atingiu, buscar atingir outros. Ensinar e transmitir este amor. Numa época de tanta agitação, correria e falta de tempo, precisamos separar um pouco para nos entregar. E isso não é apenas uma dificuldade de contato ou tempo, é uma batalha espiritual!
Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros.

Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós.

Passando a mensagem:
Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. Escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa.

E como resultado disso, temos o conhecimento para que sejam seguidos os mandamentos de Cristo, para que as pessoas andem em luz. Se este ensinamento não for transmitido, como andaremos em luz? 

Além da importância deste conhecimento para o aperfeiçoamento da nossa fé:
Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.

Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele.

E, no discipulado, vemos a importância da comunhão para nos mantermos e sustentarmos firmes, uns aos outros:
Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.

Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.

Vida Relevante
Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.
Entendo por esta passagem de como nós podemos ter uma vida relevante perante a sociedade, igreja, família, trabalho, etc... É entendendo o amor que nos atingiu, e que nos faz viver por meio de Cristo. E se vivemos por meio de Cristo, isto também significa que não há mais vida fora Dele. E uma vida por meio de Cristo, e da contemplação de Seu amor por nós nos fará relevantes em qualquer ambiente. Teremos uma postura de obediência aos mandamentos de Cristo. Seremos canais de Sua graça.

E quanto mais conhecemos a Deus, compreendemos que nós não merecíamos a manifestação do amor de Deus por nós. Assim como o mundo não merece. Poderíamos viver de uma forma apática sobre isso, afinal, não merecemos mesmo. Mas há uma verdade "incômoda": nós recebemos este amor. Isso é constrangedor (2Co 5.14). Isso nos faz transmitir este amor ao mundo (Rm 1.16).

Quando entendemos que amor nos atingiu, vemos as pessoas com o pensamento de que elas também precisam deste amor. Quando entendemos a graça que nos atingiu, vemos as pessoas como seres que precisam desta graça. E nós temos que ser canal de Deus para isso, transmitindo o que recebemos, de forma incondicional, como Ele fez. Sendo assim vamos tratar as pessoas não de acordo com as diferenças sociais, como o mundo faz. Mas como pecadores que carecem, que precisam de nós como canal deste amor. Desta forma seremos relevantes no mundo: proclamando o evangelho e o amor de Deus, em palavras, em atitudes e em vida. Uma vida relevante é uma vida para a glória de Deus, e meus irmãos, não somos chamados para nenhuma outra coisa que não a glória de Deus.

Conclusão

Se o que Deus mais odeia que façamos é desobedecê-lo. O que Ele mais o agrada é a nossa obediência à principal ordem que Ele nos dá: Arrependa-se e creia em Jesus. Esta crença não é apenas uma conclusão lógica intelectual. É totalidade de vida, entrega, autonegação. Cristo não nos comprou em partes, em crediário, em consórcio. Ele pagou a vista e comprou tudo. Ele nos comprou por inteiro, com amor que não merecíamos. Amor de sacrifício, de entrega total, de sangue, sofrimento e morte. Proporcionando reconciliação com Deus e sermos chamados de Seus filhos.

Crendo e vivendo em Cristo, mostramos que o adoramos e reconhecemos Seu amor por nós. Reconhecendo e entendendo completamente este amor:
  • Experimentamos o avivamento em nossas vidas, pois não podemos viver uma vida apática diante do entendimento deste amor, ele nos constrange;
  • Compartilhamos deste amor com nossos irmãos, pois ansiamos e incentivamos que nossos irmãos, ensinando e discipulando, para que também compreendam e vivam de acordo com este amor que nos atingiu;
  • Temos uma vida relevante, entendendo o mundo e as pessoas como carecedores da graça e do amor de Deus, dos quais nós não somos melhores nem piores que estas pessoas, mas somos canais desta graça e amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário