sábado, 25 de outubro de 2014

Santos, por quê?


  • Porque Ele é santo 
"Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para a ação; sejam sóbrios e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado.
Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância.
Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo".
Uma vez que vocês chamam Pai aquele que julga imparcialmente as obras de cada um, portem-se com temor durante a jornada terrena de vocês."
1 Pedro 1:13-17

Santidade originalmente significa "separado". Este é um conceito relativamente fácil de se compreender quando falamos de Deus, pois diante de toda sua grandiosidade, glória e poder, percebemos que Ele deve ser, por definição, separado de Sua criação em suas características. 

Agora, a maior definição possível para a santidade de Deus é a de que Ele é totalmente separado do pecado. Como essencialmente Santo, ainda que Ele se relacione com sua criação revelando através dela sua glória e seus atributos (Rm 1:20), Ele odeia o pecado ao ponto de requerer uma separação total dele, e como justo Juiz, exigir seu pagamento (Rm 1:18).

Portanto, como filhos obedientes (14), não devemos viver como éramos quando não conheciamos o quanto o nosso pecado era odiado por este Ser glorioso e Santo, mas devemos viver uma vida com novos interesses e desejos, longe das paixões antigas e desejos egoístas. Longe de desejos que roubavam a glória de Deus. E o texto nos apresenta o termo "amoldar", que denota a conformação, o que é muito diferente de uma vida de luta contra nossos pecados.

Visto que a impecabilidade só virá no céu, devemos viver uma vida santa para a honra e glória de nosso Deus, pedindo mais de seu Espírito Santo (Lc 11:13) para combater e mortificar nossos pecados (Rm 8:3), sem nos amoldar ou conformar a eles. Se antes de conhecer a verdade de Deus éramos mentirosos, que não mintamos mais. Infelizmente vamos sim, em razão de nossa impecabilidade contar uma mentirinha ou outra, mas nunca mais devemos ser mentiroso, amoldados à mentira. Se tinhamos apego à cobiça, se não podíamos ver nossos amigos com terem coisas melhores que as nossas sem ardentemente desejar para nós, aprendemos com Deus a ser contentes com o que temos. Infelizmente, podemos invariavelmente, cobiçar algo em nossos corações. Mas nunca mais seremos amoldados à cobiça. Portanto a ordem é para que não nos amoldemos à desejos da época de nossa ignorância, de quando não conheciamos as santas verdades de Deus.

Pedro também nos instiga, de forma objetiva, a vivermos com temor (17) àquele a quem chamamos de Pai enquanto estamos nesta vida ou jornada terrena. Este temor não é uma atitude medrosa ou temerária por alguma punição. Deus é justo sim, e Ele punirá toda iniquidade (Jo 3:18). Mas aos crentes à quem Pedro dirigiu a carta e à nós, não caberá punição (Rm 8:1). Então porque viver em temor? Pela grandiosidade deste Pai. Pelo seu poder, amor, majestade, glória, força, imensidão, autoridade, infinitude, eternidade, justiça, entre tantos outros (Rm 11:33-36). Temos um relacionamento de filho com este ser Perfeito, e isto não deve nos levar a ter uma vida igual à de quem não é filho Dele nesta terra, nesta peregrinação. Levando uma vida de temor à Deus mostraremos automaticamente às outras pessoas suas características. Seremos reflexos e canais de seus, e unicamente seus, gloriosos atributos nesta terra (2 Co 3:3). Além disso, como peregrinos nesta terra, devemos viver como quem tem sua esperança na morada final. Sabendo que Jesus está agora nos preparando uma morada, nossos olhos nunca devem perdê-la de vista. E uma vida de santidade é o que se espera de alguém que está esperando para morar com Jesus Cristo.

  • Pelo preço

"Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês.
Por meio dele vocês crêem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus."
1 Pedro 1:18-21

Outro aspecto fundamental que deve nos levar a uma vida de santidade é o preço pelo qual fomos comprados. Quando fomos remidos e nossos pecados foram pagos naquela cruz. Mas eles não foram pagos com moeda ou ouro. Não foram pagos por nossas atitudes, por nossas boas ações, por nosso serviço pela igreja. Nossos pecados foram pagos pelo precioso sangue do cordeiro. O Filho de Deus foi feito oferta pelo pecado (Rm 8:3; 2 Co 5:21), pois somente um sacrifício perfeito poderia apascentar a ira de um Deus perfeito.



Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.Isaías 53:4-5
Jesus não desviou a Ira de Deus que estava sobre nós (justificados), Ele a absorveu!Josemar Bessa

"O sentido da cruz é horrivelmente distorcido, quando os profetas contemporâneos que pregam a auto estima dizem que a cruz é testemunha do meu valor infinito, já que Deus estava disposto a pagar um preço tão alto para me alcançar. A perspectiva bíblica é que a cruz é testemunha a favor da infinita dignidade da glória de Deus e contra a imensidão do pecado de meu orgulho. O que deveria chocar-nos é que temos trazido tanto desprezo sobre a dignidade de Deus que a morte de seu próprio Filho foi requerida para vindicar esta indignidade. A cruz se levanta como testemunho da infinita dignidade de Deus e o infinito ultraje do pecado." John Piper

Diante da perspectiva de qual a grandiosidade e glória deste que derramou seu sangue na cruz para pagar nossos pecados. O Verbo que se fez carne (Jo 1:1), aquele que é a imagem do Deus invisível, por meio de quem tudo foi feito, tudo existe e subsiste (Co 1:16-19), aquele que tem todas as coisas sob os pés (Ef 1:22), o Filho amado de quem o Pai se compraz (Mc 1:11), aquele que é um com o Pai (Jo 10:30). Este que, rejeitado, ouviu seu povo gritando "Mata-o, mata-o, crucifica-o" (Jo 19:15). Este que, pelo nosso pecado, foi cuspido, espancado, zombado (Mt 27:30-31), pregado numa cruz entre ladrões (Mt 27:38), nele foi colocada uma coroa de espinhos (Mc 15:17), no sofrimento da cruz disse "tenho sede" e lhe deram uma esponja embebida em vinagre para beber (Jo 19:29), este que expirou depois de tanto sofrimento dizendo "está consumado"(Jo 19:30).

Mas esta história não termina aí. Estava consumado, a ira do Santo Deus estava satisfeita. Mas este Jesus Cristo, o glorioso Deus Filho, foi ressuscitado. Vencendo a morte, pisando na cabeça da serpente (Gn 3:15). E este Jesus homem hoje está em posição de honra, à direita do Deus Pai (Lc 22:69). Nos preparando morada (Jo 14:23). E é olhando para esta morada que, vivendo de maneira digna dela e pelo que ela custou, devemos viver em santidade. E percebendo que este sacrifício foi a manifestação do amor de Deus (Jo 3:16), viveremos de maneira santa, não pela lei, por regras de homens, por condutas sociais, ou por aparência de religiosidade, mas por quê o amor de Cristo nos constrange (2 Co 5:14).
  • Conclusão
Seremos santos vivendo com a perspectiva do céu, na esperança da volta de Cristo. Devemos ser santos nesta jornada como Deus é Santo, para agrada-lo e glorificá-lo, e para que outros pessoas vejam a ação de Deus em nós e creiam Nele. Seremos Santos quando vivermos com a perspectiva do que custou nossa salvação, o Sangue de Cristo. E seremos Santos, quando vivermos contemplando a glória de Deus na ressureição de Cristo. Somos Santos porquê já temos a vitória eterna em Jesus. É quando entendemos que vivendo uma vida sob as perspectivas do temor e do amor de Deus, somos santos para a glória Dele.

Também no blog Bereianos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sodoma foi destruída por causa da injustiça social?

Ezequiel 16:49, 50
" Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali."
Deus destruiu Sodoma e região por causa da injustiça social. E por causa das abominações que sempre seguem a injustiça social.
Em cada decisão política sempre está em jogo se a justiça social vai ser levada a cabo ou não.
E, mais, onde a injustiça social campeia, as demais barbaridades a seguem, porque os opressores não se contentam em roubar aos pobres, eles querem humilhar e destruir.
Nesta decisão sobre o Brasil, me coloco sob a sombra da cruz, e, ainda, sob o impacto do Pinheirinho, onde 1600 casas dos pobres foram destruídas.
Acima da injustiça social, o motivo da destruição de Sodoma foi sua perversidade, que resultava em injustiça social como em tantas outras abominações. Ou seja, em primeira instância, Sodoma teve o juízo de seu pecado, pelas acusações que chegaram diante de Deus (era um povo que não O seguia), limitar isso à injustiça social é limitar o efeito do pecado sobre uma nação.

Um país governado por um sistema de governo cujo o princípio ideológico é ateu, como o atual, vai resultar na degradação moral do povo, que vai gerar a injustiça social. Miséria controlada ainda é opressão.

Onde não há perfeição nem santidade, temos que orar pelo melhor caminho e avaliar bem, até onde podemos, em que rumos as propostas podem levar o país e que parâmetros declarados seguem os candidatos. Este mesmo texto bíblico apresenta o trecho "Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim". Não dando a entender que apenas a injustiça social foi o motivo único.

Vamos a outros trechos que apresentam a destruição de Sodoma:

"Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si
e lhes disse: "Não, meus amigos! Não façam essa perversidade!" e
"Os dois homens perguntaram a Ló: "Você tem mais alguém na cidade — genros, filhos ou filhas, ou qualquer outro parente? Tire-os daqui,
13 porque estamos para destruir este lugar. As acusações feitas ao Senhor contra este povo são tantas que ele nos enviou para destruir a cidade"." Gênesis 19:6-7, 12-13

Se você conhece a história, sabe que Ló os alerta de não cometer uma violência pessoal que não tem nada a ver com injustiça social.

"De modo semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades em redor se entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais. Estando sob o castigo do fogo eterno, elas servem de exemplo." - Judas 1:7

Veja que as cidades não servem de exemplo apenas pelo castigo da injustiça social, e que o castigo não foi apenas para isto.

"Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo.
Ele não poupou o mundo antigo quando trouxe o dilúvio sobre aquele povo ímpio, mas preservou Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas.
Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, tornando-as exemplo do que acontecerá aos ímpios;
mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais
( pois, vivendo entre eles, todos os dias aquele justo se atormentava em sua alma justa por causa das maldades que via e ouvia )." - 2 Pedro 2:4-8

Aqui a punição das cidades são comparadas à outras punições que não aconteceram pela injustiça social praticada pelos punidos, e a torna exemplo do que acontecerá aos ímpios, relatando a seguir outros tipos de comportamentos típicos de ímpios além da injustiça social.

Seu raciocínio pode levar seus leitores, como levou, a compreenderem que "justiça social para Deus é tudo".
"Tudo" é tão abrangente que pode nos levar a pensar que injustiça social é a definição do que é pecado. E por favor, Cristo não morreu pela injustiça social apenas.

Nem toda injustiça é injustiça social. Matar, roubar, mentir, etc. Não são injustiças sociais mas cometemos com outras pessoas, e também são pecados (dentre tantos outros) que serão punidos à exemplo de Sodoma, sem o perdão que há em Cristo.

O pecado tem caráter individual que se reflete em conseqüências sociais. A injustiça social é uma das consequências do pecado, não a definição dele.

Também em Bereianos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Nota: Legalização do aborto

Métodos contraceptivos já existem. Pílula do dia seguinte em caso de estupro também. Legalizar o aborto é condenar crianças à morte em troco da vida das mães inconsequentes (não em todos os casos, claro). Se as crianças abortadas são vidas, é necessário, portanto, protegê-las com lei, como a que existe. E um direito à vida não vale mais que outro. A solução para evitar o aborto é investimento em educação e boa cultura, não legalizá-lo. Considerar o aborto como crime é uma posição totalmente compreensível numa democracia.

Claro que é um fato, há mulheres sofrendo e morrendo, mas o número de crianças mortas certamente será muito maior que o de mães. A pergunta é a seguinte: No ventre há uma vida? Se há, é justo permitir que uma pessoa acabe com uma vida para se poupar de sofrimento? É justo que uma pessoa tenha o direito de tirar a vida de outra?

A lei é justamente para não permitir que uma pessoa se meta na vida de outra e não permita que ela viva. Se é para cada um fazer o que quer com sua vida e não se meter na dos outros, que direito tem alguém de escolher que uma criança não viva?

Que haja mais ensino sobre prevenção, responsabilidade, dignidade da vida humana, e, caso haja um aborto, que esta mãe tenha todo amparo. Mas que uma pessoa nunca tenha o direito de tirar outra vida inocente.

O argumento é que a criança será abandonada, mas então é melhor a morte que o abandono? Ou orientar para que não haja abandono?

O amor próprio não pode dar o direito decisão sobre a vida ou morte de alguém.